Património Cultural da Marinha
Faróis de Portugal
FAROL DA FERRARIA
O Farol da Ferraria começou por figurar no Plano Geral de Alumiamento e Balizagem aprovado em 1883, que contemplava a edificação de um farol de 2.ª ordem, emitindo grupos de três clarões brancos, com um alcance, em estado médio de transparência atmosférica de 25,5 milhas. Previa-se, na época, um dispêndio de 21.014$000 reis na sua construção.
O conselheiro Almeida de Ávila no seu relatório de 1891, era também de opinião que se devia construir um farol na Ponta da Ferraria, mas que, de 3ª ordem, com um alcance de 15 a 20 milhas, já seria suficiente.
Passou no entanto algum tempo até à concretização do que foi projectado. O farol da Ferraria foi estabelecido apenas em 22 de Outubro de 1901, conforme reza o Aviso aos Navegantes n.º 18, desse mesmo dia: «Tendo terminado o período de experiências, deverá a luz do Farol da Ferraria começar a funcionar definitivamente a partir de 9 do próximo mês de Novembro. As experiências mostraram o seguinte: 1.º Que o alcance luminoso, que deve regular por 21,5 milhas, em estado médio de transparência atmosférica, chega a atingir a grandeza de 30 milhas, no melhor estado de transparência (...) ».
Local:
Ponta da Ferraria
costa W de São Miguel
Altura: 18 m
Altitude: 107 m
Luz: FI (3) W 20 s
Alcance: 27 M
Óptica: 3ª Ordem 500 mm
Ano: 1901
O farol encontra-se localizado na ponta mais a Oeste da Ilha de São Miguel, numa torre que tem 18 metros de altura e 107 metros de altitude. Foi equipado com um aparelho lenticular, dióptrico catadióptrico girante, de 3ª ordem, grande modelo (500 mm de distância focal), sendo a fonte luminosa um candeeiro de nível constante, substituído mais tarde pela incandescência do vapor de petróleo. A rotação da óptica era produzida pela máquina de relojoaria e o alcance luminoso do farol era de 26 milhas.
Em 1946, na sequência de grandes obras de restruturação que o farol veio a sofrer, surgiu a necessidade de substituir o aparelho óptico por outro idêntico, mas de características algo diferentes.
Em 1947 o telefone que pertencia à estação semafórica da ponta da Ferraria, passou para o serviço do farol para transmissões de boletins meteorológicos.
O farol foi electrificado em 1957 com a montagem de grupos electrogéneos. A fonte luminosa passou a ser uma lâmpada de 3000W, que alegadamente lhe conferia um alcance luminoso de 43 milhas. A máquina de relojoaria continuou a fazer a rotação da óptica.
Em 1974 foi montado um motor eléctrico para dar corda à máquina de relojoaria.
Este sistema foi invenção do chefe do farol (Bettencourt Leça), numa prova inequívoca de que a necessidade aguça o engenho.
Com efeito, explicou o chefe do farol, para justificar a requisição de um motor eléctrico à Direcção de Faróis, que este serviria para «1.º Evitar de uma vez para sempre que se dê paragens do farol por falta de corda; 2.º Deixar-se de ter de abandonar, para dar corda, a casa das máquinas, que neste farol fica desviada do edifício (...)».
O farol acabou por ser electrificado com energia da rede pública em 1988, ficando a funcionar com uma lâmpada de 1000W/120V e com motores de rotação eléctricos.
Actualmente, encontra-se automatizado com o sistema modelo DF, com uma característica de três relâmpagos agrupados num período de 20 segundos e um alcance luminoso de 27 milhas.
Fonte: http://www.marinha.pt/extra/revista/ra_jan2005/pag_35.html
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