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domingo, 28 de junho de 2009

Passadiço na Lagoa do Fogo versus Orla Costeira das Calhetas


Tendo assistido nos ultimos dias a alguma troca de informação nos meios de comunicação, sobre a criação na Lagoa do Fogo por parte da Secretaria da Economia de um passadiço em madeira como forma de proteger a flora local para dar continuidade ao trilho que vem das lombadas, suscitou-me algumas dúvidas, que com o tempo não tenho conseguido esclarecer.

Numa primeira fase era a favor da sua construção, porque em sítios como a Área de Paisagem Protegida do Litoral de Esposende, ou o Parque Natural da Ria Formosa eles existem e são fundamentais para a protecção das dunas e da flora lá existente.

Ao tentar implementar estes passadiços na Lagoa do Fogo, como se pode ver na imagem acima o impacto, penso a meu ver vai ser muito mau, tanto a nivel visual como para a própria flora. Como disse Teófilo Braga e bem só a sua construção por gente que nos tem habituado a tudo menos ao respeito pela natureza deixa alguma preocupação, pelo que quando me disseram que a altura deste passadiço do chão era de 10 cm fiquei a pensar:

O que é que cresce por debaixo do passadiço, talvez lixo, quem é que impede os menos atentos à natureza de andar fora do passadiço, ninguém e lá continuamos todos na mesma, menos alguém que ganhou uns bons trocos com isto.

A minha razão de tocar neste assunto, tem a haver com a questão levantada das prioridades dadas na defesa do ambiente, ou mesmo como penso, está-se a pôr devagarinho o Ambiente a trabalhar para a Secretaria da Economia, lavando daí as mãos a Secretaria do Ambiente.

Então neste mesmo concelho temos problemas ambientais gravissimos, como é a costa das Calhetas e de Rabo de Peixe, a Praia do Monte Verde e vai-se pensar em colocar um sobrado na Lagoa do Fogo, há coisas na nossa terra que nunca vou conseguir perceber, devo ser muito burro.

José Pedro Medeiros

2 comentários:

SOS COSTA NORTE disse...

É certo que nos últimos anos o número de trilhos pedestres oficiais devidamente assinalados tem vindo a aumentar, contribuindo para a necessidade de responder a uma das principais procuras Túristicas na Nossa Região, o Turismo de Natureza. O movimento Civico “SOS Costa Norte” iniciou a sua contestação contra a construção de um Passadiço em Madeira no interior da cratera da Lagoa do fogo, e vem desta forma esclarecer os motivos pelo qual contestam esta obra.

1º A Lagoa do Fogo é um dos poucos lugares da Ilha de S.Miguel que ainda se pode considerar intacto, sem acção do homem. É uma zona extremamente sensivel e virgem, é reserva Natural, Património Natural e reúne todas estas condições graças ao facto de ser muito pouco frequentada.

2º A Lagoa do fogo abastece várias ribeiras da nossa ilha e fornece água a Localidades como a Ribeira Grande, Vila Franca do Campo, Lagoa, Ponta Delgada e Capelas.

Nestes termos, consideramos que promover percusos pedestres nesta Lagoa, só irá contribuir para o aumento do número de visitantes e isto obivamente trará consequências graves no que diz respeito à sua preservação. Lamento alguma falta de visão das pessoas que apoiam esta obra por não reconhecerem a gravidade da solução que pretendem ver executada.

Alegar que a construção deste passadiço é feita a pensar na segurança das pessoas e protecção das plantas é no minimo absurdo. A zona em questão é precisamente a parte final do trilho que vem das Lombadas, um trilho dificil de percorrer. Esta parte final onde pretendem construir o passadiço, consiste em percorrer uma planicie de cerca de 500m que não tem qualquer grau de dificuldade e o seu solo encontra-se seco durante o Verão. Em relação à protecção da vegetação do local, nós consideramos que o “caminho de cabras” existente no local é suficiente, é fácil de indetificar e de percorrer, desta forma, consideramos mal fundamentada a intenção de construir este percurso pedonal em madeira. O Percurso Lombadas/Lagoa do Fogo é pouco usado porque implica o tranporte das pessoas até às Lombadas e posteriormente a recolha da pessoas no miradouro da Lagoa do Fogo, Este percurso se for feito mediante a presença de um guia qualificado, o mesmo terá a responsabilidade de avisar a pessoas para não pisarem a vegetação endémica.

O verdadeiro motivo desta construção, tem a ver com a intenção da CMRG em juntar mais um trilho à sua lista de ofertas Túristicas, mesmo que tenha de esquecer o grau de sensibilidade daquela Lagoa. Se não for construido este passadiço, o trilho não será homologado e consequentemente não irá constar na carta de trilhos Regionais. No nosso entender, é mais importante salvaguardar a Lagoa, nem que se tenha de esquecer o trilho em questão. No entanto já enviamos uma sugestão ao Sr. Director Regional do Ambiente que consiste em abrir um periodo de monitorização do Local, sinalizar todo o trilho com os postes habituais, na zona sensivel traçar uma trajectória com os postes mais próximos uns dos outros ao longo do “caminho de cabras” e no final do periodo avaliar se houve ou não estragos avultados no trilho. Consideramos que, mesmo que alguma planta tenha sido pisada, terá tempo suficiente para recuperar durante o Inverno, visto ser um periodo com um número de visitantes quase nulo.

Colocamos em causa, a forma como foi deliberada esta solução. Questionamos a existência de estudo de impacto Ambiental e consulta de especialistas. Condenamos o facto de se continuar a fazer as coisas sem debate Público. Promover qualquer tipo de actividade na Lagoa do fogo será o principio do seu fim. Agradecemos que os responsaveis do Ambiente ponderem a hipotese de recorrer a outra alternativa que defenda mais a Lagoa do fogo. O movimento “SOS Costa Norte” e a “Quercus Açores” estão disponiveis para discutir esta nova solução.

Os melhores Cumprimentos

SOS COSTA NORTE
Filipe Tavares
914646459

Filipe Franco disse...

Não sei se será má a existência do passadiço no entanto tenho a certeza que a sua construção terá um impacto deveras grande em virtude de se ter que proceder ao transporte de madeira e sua construção no local. COMO A VÃO COLOCAR LÁ? Será de helicóptero?