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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A falta de civismo das pessoas e a inoperância das entidades fiscalizadoras

Miradouro do Rosto de Cão, Livramento, São Miguel em 7/11/2009

Orla da Lagoa, Rosário - atrás da fábrica das rações

Orla da Lagoa, Rosário - atrás da fábrica das rações


Em 5 de Outubro de 2008 escrevi sobre o estado miserável em que se encontrava o miradouro do Rosto de Cão em São Miguel.

Ora passado um ano e alguns dias, este mesmo miradouro apresenta ainda um aspecto pior do que estava em 2008. É claro que a falta de civismo de alguns micaelenses é enorme, muitos são aqueles que por mero prazer ou vandalismo destroem a nossa bela costa, mas só o fazem porque lhes faltou a educação ambiental necessária, mas também porque se habituaram a vandalizar sem nada sofrerem.




Vive-se aparentemente num país sem lei, as autoridades existem, mas não fazem cumprir a lei, é o desenrascar, aquele que se conseguir safar é o mais esperto, é o que consegue o melhor tacho, o resto aqueles que desinteressadamente lutam para mudar esta situação, são uns opositores, uns incómodos.




O exemplo mais apontado a Portugal revê-se nesta pequena situação:




“Um amigo conta a outro como fez para conseguir enganar o fisco, o outro fica todo contente e vai logo fazer o mesmo”




Noutro país o outro amigo ligava de imediato para as autoridades a denunciar quem tinha feito a infracção, e só assim é que teremos uma sociedade mais justa.




Brigada SEPNA da GNR: 961196202(atende 24h por dia)
Serviços de Ambiente São Miguel: 912 177 542





Ligue, denuncie e se as autoridades fiscalizadoras fecharem os olhos não se deixe abater, escreva para os jornais grite porque um dia alguém há-de ouvir.

3 comentários:

Bota Sentido disse...

Infelizmente, encontra-se atrocidades destas ao longo da nossa costa.

Anónimo disse...

Bom dia, caro Amigo,
Enqto dirigente responsável pelos vigilantes natureza de S. Miguel, não posso deixar de ficar surpresa c/ os seus comentários, nomeadamente que, na sequência de denúncias, as entidades fiscalizadoras fecham os olhos? Agradeço veemente que se tem provas daquilo que escreve c/ tanta certeza por favor mas faça chegar p/ poder dar o devido e necessário seguimento legal. Conforme julgo já ter tido oportunidade de informar, nos termos da legislação em vigor, a fiscalização só pode actuar se apanhado o infractor em flagrante delito ou quando existam indícios que identifiquem o prevaricador. Novamente, insisto, não é possível ter um "polícia" a cada esquina. Só com a colaboração de todos será possível mudar a prática instituída de abandono de resíduos na ilha. Infelizmente, até há presente data nunca recebi qq denúncia da parte de V. Exas.
Tb me surpreende que numa Região com o nível de escolaridade da população como o nosso, a culpa destes "actos criminosos" seja porque "lhes faltou a educação ambiental necessária"?
Como exemplo deste Portugal onde vivemos (e que amo apesar de tudo), a culpa nunca é de quem prevarica, mas sempre da fiscalização.
Fico a aguardar o V/ contacto para a identificação dos infractores. O meu telefone encontra-se no v/ texto como Serv. Amb. S. Miguel. Obrigada, Ana!

José Pedro Medeiros disse...

Cara Dr.ª Ana Marçal

Desde já agradeço o seu comentário, mostrando assim estar atenta ao pouco que se vai escrevendo no blogue dos Amigos do Calhau.
Não sendo do meu género, responder em público às autoridades, vou no entretanto tentar de forma construtiva esclarecer o que disse.
1 - Aquando do meu post sobre o Miradouro do Rosto do Cão há já mais de um ano, fui seguindo dentro das minhas possibilidades a sua degradação ambiental, vendo inclusive algumas vezes os vigilantes da natureza, neste caso afirmo que há um fechar de olhos porque um ano depois os despejos continuam a existir como pode constar pela foto se é que já não foi lá pessoalmente, portanto não existiu uma resolução para este problema.
2- Quanto nos termos da legislação em vigor, a fiscalização só pode actuar se apanhado o infractor em flagrante delito ou quando existam indícios que identifiquem o prevaricador, penso que também aqui se pode ou se deve fazer muito mais, desde já se assim houver vontade politica mudar a lei, porque com o novo estatuto da região autónoma dos Açores deve ser possível, mas mesmo com esta lei a pressão da vigilância deve ser intimidatória, interrogando os moradores das redondezas alertando para as coimas a aplicar, porque nos casos das Calhetas, Rabo de Peixe, Atalhada, e Rosário é do conhecimento geral que são os moradores perto, os prevaricadores.
3- Na falta de educação ambiental de que falo, quero esclarecer o seguinte:
Como penso saber ser do seu conhecimento, os Açores têm graves problemas a nível de escolaridade, infelizmente muitos alunos abandonam a escolaridade obrigatória, havendo ainda jovens que não sabem ler nem escrever, as nossas escolas a nível nacional não conseguem nem ficar nas primeira 100, neste sentido a meu ver temos uma região inculta onde cada vez mais os problemas das dependências agravam os problemas sociais, não podemos desassociar toda esta envolvência para tentarmos compreender os problemas da nossa sociedade. Quero aqui louvar o que tem sido feito pelas Ecotecas, e pelas Associações Ambientais na educação ambiental, mas estamos a anos-luz do que deve ser feito.
O público alvo tem sido a faixa etária dos 4-16 anos, e o resto da sociedade, os pais destes miúdos que são o nosso grande problema, são destes que ninguém quer problemas, talvez porque votam e é preciso é mantê-los felizes com festas de qualidade ambiental e cultural que muito deixam a desejar, os nossos portos são autênticas lixeiras em outros países muitos pescadores são biólogos e os portos autênticos lugares de passeio e convívio para as gentes locais, cara Drª Ana Marçal temos todos de começar a agir de outra forma
Tivemos no passado ilustres figuras nos nossos Açores tais como: Carlos Machado, Arruda Furtado, Afonso Chaves, António Borges, José do Canto, Jose Agostinho, Antero de Quental, Vitorino Nemésio, Hintze Ribeiro, Barão da Fonte Bella entre muitos outros, a meu ver estamos todos muito longe destas figuras

Cumprimentos

José Pedro Medeiros