Com efeito não se percebe porque razão a referida concessão há-de incluir a zona tradicional de banhos de mar na Ferraria que fica longe, não tem qualquer relação com o furo de abastecimento das Termas e é um tipo de recurso completamente diferente e que existe por si desde sempre ou pelo menos desde que há memória daquele local e é utilizado livremente pela população.
Para a protecção do furo e das Termas basta um circulo de 100 metros com centro no próprio furo.
Para mais quando houve declarações públicas de um responsável da entidade que explora as Termas no sentido de considerar a zona de banhos como concorrência desleal á actividade que pretendia desenvolver e que por isso devia ser fechada ou pelo menos limitada.
Portanto há um nítido conflito de interesses entre os utilizadores tradicionais da Poça de Água Quente no mar os quais aliás nada lucraram com as obras dado que os balneários nem sequer chegaram a abrir e os estrados foram levados pelo mar e o resto para a lixeira ou esperemos que pelo menos para a reciclagem.
Seja como for para clarificar a questão não temos nada contra a existência das Termas antes pelo contrário, também se pretenderem concessionar o Balneário não nos opomos mas qualquer limitação no tempo ou no espaço á livre utilização daquele local por toda a gente vai ter a nossa oposição para já sob a forma de opinião mas depois sob a forma judicial e social até aos extremos que forem necessários para manter a livre utilização dos recursos da natureza pelas populações.
Se o Governo Regional pretende melhorar a utilização daquele local evitando gastar verbas que depois se perdem, como aconteceu com as sucessivas plataformas lá construídas, basta adoptar como já dissemos por várias vezes apenas alguns estrados de madeira realmente amovíveis e pequenos e o mínimo possível de movimentações de rochas fazendo apenas uma limpeza do fundo e não tocando na zona de onde brota o calor, visto que existe até o risco daquele recurso desaparecer ou mudar de local.
Outra melhoria barata que podia ser executada e é semelhante ao que existe em muitos locais nos Açores seria um tubo metálico (inox) enterrado entre o Balneário e um duche na zona da Água Quente o que permitiria aproveitar o calor geotérmico da zona onde passa sem precisar de qualquer gasto de energia.
Também as escadas devem ser mais sólidas e não escadas de piscina que já se viu não resistem ao mar naquele local.
Finalmente já que estamos a falar da Ferraria o Regulamento do Parque Natural de S. Miguel, embora provavelmente sem intenção, acaba por ser discriminatório para as utilizações tradicionais do mar principalmente pelos mais pobres ao estabelecer um limite a 350 metros de distância o que possibilitando a utilização do mar pelos que se deslocam de barco inviabiliza a mesma para os que vão a pé ou a nadar o que não é correcto e esperamos que seja corrigido.
Se realmente se pretende impor zonas com restrições elas devem ser gerais para todas as actividades, mais pequenas em extensão e terem limites claros e visíveis evitando conflitos das populações com as autoridades e principalmente a possibilidade de várias versões sobre o que é possível ou não em cada local.
Se realmente se pretende impor zonas com restrições elas devem ser gerais para todas as actividades, mais pequenas em extensão e terem limites claros e visíveis evitando conflitos das populações com as autoridades e principalmente a possibilidade de várias versões sobre o que é possível ou não em cada local.
E começa a haver tantas zonas protegidas e parques e reservas que volto a uma ideia antiga que já sugeri e foi mal resolvida.
Devia ser possível no site do Governo Regional clicar em qualquer local dos Açores e obter um resumo das limitações existentes no mesmo mas sem enviar para Regulamentos com 300 páginas .
Seria um bom serviço prestado tanto aos Açorianos como aos visitantes e daria mais legitimidade ás acções de fiscalização.
João Paim Vieira
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